segunda-feira, 4 de julho de 2016

RESENHA: Mentes Perigosas



Autor(a): Ana Beatriz Barbosa Silva
Ano: 2008
Editora: Fontanar
Páginas: 2010

   
   Encontrei esse livro na casa de uma amiga e de imediato pedi emprestado, afinal, quem não se interessa em ler sobre psicopatas, ainda mais quando se encontra na capa algo apelativo do tipo "Como reconhecer e se proteger de pessoas frias e perversas, sem sentimento de culpa, que estão perto de nós"? Bem, não foi nem de perto a melhor leitura que fiz sobre o assunto.
   A autora parece ter escrito esse livro para as "massas", pela superficialidade com que tratou o assunto, usando de poucas fontes científicas e ainda citando histórias mastigadas pela mídia para tentar prender o leitor, que no final mais parecem de conteúdo novelístico. Outro ponto bastante negativo é a abundância de sentimentalismo e "alarde" que a autora faz citando com frequência que podemos estar rodeados de psicopatas no trabalho, na vida noturna e até na nossa família. Os exemplos de comportamentos psicopatas são tão triviais que as pessoas facilmente impressionáveis podem até se privar de sair de casa (permitam-me o exagero, pois isso é algo bem onipresente no livro).
   As poucas passagens do livro que me interessaram foi a que abordou o tema bullying, os absurdos acerca do Estatuto da Criança e do Adolescente, o teste de psicopatia PCL, a junção de fatores neurobiológicos e sociais que podem causar a psicopatia e as razões pelas quais as psicoterapia são ineficazes. 




   Casos conhecidos por todos são tratados no livro, como o de Suzane von Richthofen e o de Guilherme de Pádua Thomaz, o último sendo bem descrito pela autora e para mim tornou-se o melhor momento da leitura. 
   Para quem nunca leu nada sobre o tema, talvez esse livro seja uma introdução adequada, embora possa causar um efeito negativo de desinteressar o leitor completamente sobre o assunto. Para quem já leu outros livros sobre psicopatia, recomendo que continuem na literatura da Ilana Casoy e lançamentos da coleção Crime Scene da Darkside Books.
   Por fim, é de conhecimento de todos que psicopatas estão entre nós e muitos deles estão livres, mas a autora trata o assunto como insolúvel, uma postura bastante negativa que dificilmente atrairá um leitor e a falta de profundidade em todos os capítulos me deixou com a sensação de estar lendo algo sem muito propósito.