quarta-feira, 8 de junho de 2016

RESENHA: Príncipe Lestat



Título Original: Prince Lestat
Autor(a): Anne Rice
Ano: 2015
Editora: Rocco
Páginas: 528


   Príncipe Lestat é o 11º livro da série Crônicas Vampirescas, que iniciou-se com o livro Entrevista com o Vampiro em 1976 (lançado no Brasil em 1990). Logo no início, temos uma parte chamada Jargão do Sangue, que nos apresenta termos utilizados pelos vampiros nos volumes anteriores, por exemplo: Crianças dos Milênios, O Dom das Trevas, O Dom da Nuvem, O Cerne Sagrado e etc. Ao final da leitura, temos uma parte chamada Apêndice 2 - Um Guia Informal das Crônicas Vampirescas, que nos apresenta os títulos anteriores com um breve resumo. Esse cuidado da editora deixa claro que o livro pode ser apreciado tanto pelos fãs das crônicas quanto por novos leitores, já que sem essas partes provavelmente muitos se perderiam na história.
   Apesar desse cuidado editorial de apresentar termos e breves resumos dos volumes anteriormente lançados, é preciso comentar que para melhor entendimento da leitura é aconselhável ler pelo menos os três primeiros lançamentos das crônicas que são Entrevista com o Vampiro, O Vampiro Lestat e principalmente A Rainha dos Condenados. Muito se fala de Akasha, Mekare e Maharet, além disso, muitos dos primeiros vampiros criados pela Rainha fazem parte da história.


Três primeiros volumes das Crônicas Vampirescas: Entrevista com o Vampiro, O Vampiro Lestat e A Rainha dos Condenados.


   Quem inicia a história é Lestat, contando como passou os últimos anos em meio a crises existenciais e reclusão. Porém, há uma Voz que o atormenta e ele percebe que ela não parte de sua própria consciência. Ao continuar a leitura, descobrimos que essa mesma Voz também persegue outros vampiros, influenciando-os a aniquilarem os mais jovens e jogando uns contra os outros depois que a criação de vampiros fugiu ao controle.
   Esse fato passa a ser de conhecimento de todos os vampiros por causa das transmissões radiofônicas de um jovem bebedor de sangue chamando Benji, que faz transmissões de Nova Iorque onde mora com Marius, Armand e Sybelle. Essa é uma das inovações em Príncipe Lestat, onde a autora moderniza os vampiros que usam Iphones, computadores e tecnologia de última geração. Não sei dizer se esse ponto me agrada, porque essa modernização os afasta de seu lado bestial e desprovido de moralidade. Um fato nesse livro é que os vampiros estão cada vez mais humanizados, inclusive preocupando-se em criar leis e alimentar-se apenas de malfeitores. Esse é definitivamente um ponto negativo.


"Todas as coisas sob o céu contém alguma bênção, e assim acontece com o ruído moderno quando se torna um delicado soar de uma cachoeira em nossos ouvidos, protegendo-nos de sons disparatados e pavorosos. Ah, mas o que é o céu senão um vácuo silencioso e indiferente através do qual o ruído triturante de explosões ecoa para sempre ou nem mesmo é de todo ouvido? E os homens antigamente falavam da música das esferas." (p. 252)


   Em meio a essa crise causada pela Voz que incita vampiros a assassinarem com fogo uns aos outros, Lestat passa a ser procurado pelos antigos e jovens pelo fato de que ele é o vampiro de maior fama entre todos, graças aos livros que ele lançou e ao único show de rock que realizou em San Francisco onde reuniu centenas de vampiros, com a esperança de que ele consiga reunir os anciãos para decidir o que fazer com relação aos acontecimentos devastadores.
   Todos os vampiros das crônicas anteriores estão presentes nesse livro: Marius, Armand, Pandora, Grabrielle, Khayman e, claro, Louis. Além deles, dois personagens humanos importantes nos são apresentados, Rose e Viktor. Outros dois personagens importantíssimos são Rhoshamandes e Benedict.
   A quantidade de personagens pode ser visto com alegria para alguns fãs que acompanharam as crônicas, pois muitos deles estiveram presentes nos volumes anteriores e tem suas histórias contadas aqui. Para mim, muitas vezes a leitura se tornou cansativa apesar de o livro contar com uma narrativa leve e fácil de acompanhar, porque eu particularmente prefiro poucos personagens bem aprofundados já que isso muitas vezes nos leva a criar apego e familiaridade com eles.
   A Talamasca é muito citada, e nesse livro nós sabemos quem fundou a ordem criada para estudar o oculto. Outra coisa que está presente: fantasmas. E se fossem só "simples" fantasmas isso não causaria espanto em ninguém já que se trata de um livro de terror, mas aqui os fantasmas se passam por humanos, interagindo e fazendo parte inclusive do mundo dos negócios com os mortais. Isso foi bem difícil de engolir, tenho que admitir que não me agradou nem um pouco essa inclusão de fantasmas em meio à vampiros.





   É fácil perceber que a resenha não foi muito positiva dessa vez, de fato muitas coisas no livro não me agradaram, demorei até duas semanas pra finalizá-lo porque a leitura não me prendeu. Por esse motivo, eu adoraria que pessoas que também o leram compartilhassem suas opiniões, talvez do ponto de vista de outros eu passe a enxergar com mais pontos positivos essa obra.

   

3 comentários:

  1. Que delícia de resenha! Eu amo a escrita da Anne Rice, o Lestat em especial fez parte da minha adolescência. Um personagem muito forte.❤
    Obrigada pela resenha.
    Beijos

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    1. Eu que agradeço pelo comentário! Foi uma delícia ler os livros da Anne Rice na adolescência, né? É marcante mesmo. Volte sempre ao blog!
      Beijos <3

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  2. Olá, nunca li nenhum desses, mas não sabia que eram tantos...a rainha dos condenados eu acho que já ouvi falar...chato quando não nos agrada, né? de repente não era "seu" momento com essa leitura
    bjs

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